Campanha da Adidas com Bella Hadid Gera Controvérsias
A supermodelo Bella Hadid, uma das mais famosas e mais bem pagas do mundo, viu a campanha Adidas Bella Hadid ser retirada do ar após uma controvérsia nas últimas semanas. O centro de toda a polêmica foi o lançamento dos tênis SL72, uma versão modernizada dos calçados que a Adidas projetou para as Olimpíadas de Munique de 1972. A campanha para os tênis estrelava Hadid, que é uma parceira de longa data da marca.
Mas a história tomou outra proporção, com pronunciamento da conta oficial de Israel e outras entidades e até pedidos de boicote à marca. Veja o que aconteceu.
Associação a atentado
A campanha para o tênis (inspirado no modelo de 1972) foi lançada oficialmente em meados de julho. Com o anúncio de que ela seria a estrela do anúncio, a propaganda recebeu críticas de entidades judaicas. Essas organizações associaram Bella Hadid às Olimpíadas homenageadas pelo produto. Durante os jogos de 1972, um ataque terrorista de um grupo palestino matou onze atletas israelenses. Esse (conhecido como o “massacre de Munique”) ainda é o maior atentado já ocorrido em um evento esportivo.
Bella Hadid é americana, mas tem ascendência palestina. A modelo já falou diversas vezes sobre o assunto e se declarou a favor do cessar-fogo no conflito em Gaza, criando publicações com a hashtag “Palestina livre”.
A represália veio até pela conta oficial de Israel na rede social X, que criticou a campanha dizendo que a modelo tinha um histórico “de disseminação do antissemitismo”. O Comitê Judaico Americano (AJC) também se manifestou contra o uso da modelo. “Escolher uma modelo abertamente anti-Israel para recordar estas Olimpíadas sombrias é um descuido massivo ou intencionalmente inflamatório. Nenhum dos dois é aceitável”, publicou o Comitê Judaico Americano no X.
Adidas pediu desculpas
Após a repercussão, a Adidas emitiu um comunicado no Instagram no dia 17, dizendo que estaria “revendo” a campanha como um todo. Não houve menção ao nome da supermodelo, e as imagens do anúncio foram retiradas do ar. “Estamos conscientes de que foram feitas ligações a acontecimentos históricos trágicos – embora estas sejam completamente involuntárias – e pedimos desculpa por qualquer perturbação ou angústia causada. Como resultado, estamos revendo o resto da campanha.”
Dias depois, o portal “TMZ” divulgou que Bella Hadid estaria procurando uma equipe jurídica para processar a marca. Segundo o site, ela estaria decepcionada com a Adidas por fazer uma campanha que a associava à tragédia. Bella não confirmou as informações. Mas um dia após essa notícia, a Adidas divulgou mais um comunicado, dessa vez pedindo desculpas à modelo. “Continuam sendo feitas conexões com a terrível tragédia que ocorreu nas Olimpíadas de Munique devido à nossa recente campanha SL72. Essas conexões não são intencionais e pedimos desculpas por qualquer transtorno ou sofrimento causado às comunidades ao redor do mundo”, publicou a marca no Instagram no último dia 21.
“Também pedimos desculpas aos nossos parceiros, Bella Hadid, A$AP Nast, Jules Koundé e outros, por qualquer impacto negativo sobre eles e estamos revisando a campanha.”
A marca não esclareceu quais revisões seriam feitas.
Marca enfrenta novas críticas
As imagens de Hadid na campanha não constam mais no site e nos canais sociais da Adidas. Também não há registros nos perfis da modelo. Outras imagens da campanha, incluindo com o jogador de futebol francês Jules Koundé, o rapper americano A$AP Nast e a modelo chinesa Sabrina Lan, continuam no ar.
Mas a decisão de tirar as imagens do ar também afetou a marca negativamente. A Adidas começou a enfrentar críticas nas redes sociais, com o surgimento da hashtag “#BoycottAdidas”. Nos comentários do perfil @adidasoriginals, muitas pessoas começaram a questionar a ausência de Bella Hadid. A modelo segue sem se manifestar publicamente sobre o caso.
Para mais notícias como essa, acompanhe nosso portal.