Deolane Bezerra é presa em operação contra lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais; bloqueio de bens chega a R$ 2,1 bilhões contra uma organização criminosa voltada à prática de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. A prisão aconteceu na manhã desta quarta-feira (4), no Recife. Até a última atualização desta reportagem, a polícia não havia detalhado como funcionava o esquema criminoso.
A prisão de Deolane foi confirmada à TV Globo pela Polícia Civil de Pernambuco. Ela foi capturada num hotel no bairro de São José, na região Central da cidade. De acordo com a corporação, a empresária foi levada para o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), em Afogados, na Zona Oeste.
Em entrevista coletiva concedida no fim da manhã, a Polícia Civil de Pernambuco não explicou qual é a ligação de Deolane com o suposto esquema nem detalhou como atua a organização criminosa investigada.
O chefe da polícia, Renato Rocha, disse que a operação mira uma organização que faz lavagem de dinheiro de recursos provenientes de jogos ilegais. Ele não explicou, porém, que jogos são esses, não deu os nomes das pessoas e empresas investigadas nem detalhou como ocorre a lavagem de dinheiro.
Em nota, a defesa de Deolane diz que ela está à disposição das autoridades para esclarecer os fatos e pede que seja respeitado o princípio da presunção de inocência.
Uma das empresas que entraram na mira da operação é a plataforma de apostas online Esportes da Sorte, que patrocina times de futebol como o Corinthians, Athletico-PR, Bahia, Grêmio, Palmeiras, Ceará, Náutico e Santa Cruz. Em nota, a empresa disse ter compromisso com a verdade e com o cumprimento de seus deveres legais.
A casa de apostas Vai de Bet também foi alvo da investigação. Um helicóptero que, segundo a polícia, teria ligação com essa empresa chegou a ser apreendido em Campina Grande, no Agreste paraibano. A empresa tem sede em Curaçao, país do Caribe, e está no mercado desde setembro de 2022.
José André da Rocha Neto, empresário por trás da Vai de Bet, não está no Brasil, e a defesa da plataforma de apostas informou que não vai comentar a investigação.
19 mandados de prisão
Deolane Bezerra é presa em operação contra lavagem de dinheiro. Segundo a Polícia Civil, as investigações da operação “Integration” foram iniciadas em abril de 2023. Além da prisão de Deolane Bezerra, também foram expedidos outros 18 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão no Recife, Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel (PR), Curitiba e Goiânia. Os nomes dos demais alvos não foram divulgados.
A Polícia Civil também informou que foi decretado o sequestro de bens como carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações e bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões. No entanto, até a última atualização desta reportagem, não esclareceu a quem
pertencia cada bem. Um carro foi apreendido na mansão de Deolane, em São Paulo. A irmã de Deolane, Dayanne Bezerra, disse nas redes sociais que a mãe, Solange Bezerra, também foi presa. A mulher chegou a passar mal após a prisão e foi levada para o hospital.
Entrega de passaportes e suspensão de porte de arma
Como parte da operação, também foi determinada a entrega de passaporte, a suspensão do porte de arma de fogo e o cancelamento do registro de arma de fogo de investigados, determinada pela 12a Vara Criminal da Comarca de Recife.
Num apartamento na Avenida Boa Viagem, região nobre do Recife, a polícia apreendeu joias e dinheiro de um empresário da casa de apostas online Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho.
O advogado Pedro Avelino, que representa o empresário, falou com a TV Globo e informou que Darwin está em viagem a trabalho e se colocou à disposição para prestar esclarecimentos.
As investigações contaram com a colaboração da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), da Diretoria de Operações Integradas e Inteligência (Diopi) da Polícia Civil de Pernambuco, da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senasp) e das polícias civis dos estados de São Paulo, Paraná, Paraíba e Goiás. Ao todo, 170 policiais estão envolvidos na operação.
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